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Foto do escritorDiego Zanotti

Fazer o filme ou ser feito por ele? – NO SET DE ‘CONVERSA FIADA’

Atualizado: 17 de mar. de 2021




Nem sempre é fácil encontrar harmonia entre o que está dentro e fora da gente no mundo. Ultimamente tenho andado muito sensível e transtornado com minhas intensidades, mas quando pego a câmera novamente é como se eu voltasse a perceber a película de ficção que reveste tudo nesse mundo. Isso me ajuda a desapegar-me de mim mesmo em alguma medida.

Eu sempre escolho onde colocar o foco, onde e como olhar a vida à minha frente. Fazer o filme ou ser feito por ele? Eis a questão!


é como se eu voltasse a perceber a película de ficção que reveste tudo nesse mundo.

É NESSE TOM QUE APRESENTO O FILME CONVERSA FIADA, GRAVADO EM 2017, ESTRÉIA EM 2019. UM FILME QUE ME TRANFORMOU PROFUNDAMENTE, VISTO QUE IMERSÕES NOS INTERIORES DO MUNDO COMO ESSA, NO MÍNIMO, TE REVIRA AO AVESSO.

CONVERSA FIADA. DOCUMENTÁRIO. 30 min

  1. Prêmio Audir Blanc do Estado Minas Gerais – 2020

  2. Seleção Oficial 7º Festival Internacional O Cubo de Cinema Independente em Lígua Portuguesa

  3. Prêmio SESC TV de Aquisição

  4. Exibição Canal SESC TV

  5. Mostra CineBaru 201



A história de 15 mulheres fiadeiras deste profundo que encontram no tear o resumo da trama inteira da existência. Mulheres sertanejas e protagonistas de um mergulho pelas questões atuais de igualdade e diversidade de gênero na busca pela potência de ser mulher no mundo de hoje. Fruto de dois anos de pesquisa respaldada pela parceria entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o filme percorre o fio das fiadeiras, tingideiras e tecedeiras do sertão de Minas Gerais, também cenário da saga Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa.



Conversa Fiada surgiu com um foco básico de acompanhar cinco regiões especiais do noroeste de Minas Gerais, no Vale do Urucuia, que sediam as últimas estruturas remanescentes de produção artesanal de fios e peças de puro algodão do Brasil. Ao passo de uma pesquisa prévia de dois anos, respaldada pela parceria entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), redescobrimos todo o sentido da “trama” que escolhemos acompanhar. Aparentemente com o foco no tear e na tessitura prática, acabamos encontrando uma colcha inteira já pronta de denúncias históricas no âmbito doméstico contra o poderio machista dos homens sertanejos. Mulheres que decidiram romper o silêncio histórico e opressor ainda vigente para se auto-afirmar verdadeiramente viva e “prazerada” num mundo onde as estruturas de referências abusivas caem por terra – terra esta vermelha, sanguínea, onde brotam os algodões e que adubam o terreno por onde nasce o princípio de toda a potência declarada por elas: o tissume.


Conversa Fiada abre e inaugura discussões num ambiente essencialmente feminino de um Brasil profundo e muitas vezes desconhecido. Neste momento atual sócio-político de sensibilização e (r)existência, é mais do que urgente apoiarmos produções que atuam na luta do simbólico, apostando na produção de novas frentes de atuação na vida prática através da arte das narrativas, o cinema documentário. Filmes com uma causa e com uma luta clara (zero entretenimento vazio).

Por fim, este filme traz a chance de levar para o mundo a voz e o desabafo, a resignação e a prontidão afirmativa dessas mulheres na busca de si e das melhores condições de vida. É um respeito declarado, um silêncio marcado, e uma narrativa que não apresenta vítimas, mas sim, protagonistas. Assim calamos para que elas falem.

Atenção!

Ainda temos muito o que contar! Estamos em busca de parcerias no cinema para finalizar a versão longa-metragem desta pesquisa: o filme Assim, Com Fio! Quem vem, quem vem? Entre em contato comigo!



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